Consciência Emocional através Relacionamentos
- Ana Tavares
- 18 de jul. de 2018
- 9 min de leitura
As relações quanto mais intimas maior o grau de transformação a que nos estamos a propor, por isso é muito natural que as relações pais e filhos, marido e mulher, companheiros, namorados sejam as mais intensas, porque elas além da componente transformativa tem uma componente karmica na maioria das vezes, isto porque nossos pensamentos, palavras e ações geram através da Lei do Karma ou causa e efeito energias que precisam ser corrigidas de alguma forma através da consciência.
Temos de perceber que Karma, não é uma vingança do Universo ou Deus, nem das nossas Almas é apenas uma forma de adquirir consciência e repor equilíbrio nas nossas vidas e no Universo onde através de um pensamento, palavras e ações (causa) geramos um desiquilíbrio (efeito), é só isto.
Devido as Feridas emocionais e medos por vezes colocamo-nos em situações onde damos demasiado, de forma indiscriminada e ingénua com intuito de satisfazer essas partes de nós as quais ainda não tomamos consciência.
Não perdemos tempo a observar a pessoa, não estou a falar julgamento, estou a falar observação de caráter mais do que ouvir aquilo que nos dizem, porque tal como encantador serpentes toca flauta, existem conversas que vão ressoar exatamente com essa parte carente, aflita que deseja aprovação e aceitação de alguém, deseja ver-se nas palavras do outro, procura ardentemente identificação com alguém.
Se estivéssemos num estado observação tranquila e consciente poderíamos respirar fundo, trazer equilíbrio emocional a superfície e observar quais as partes de nós que estão a ficar encantadas, quais as partes que são reais, onde está ali a ilusão e a fantasia, mas para fazermos isto teríamos estar num estado evolutivo que não estámos que é estado presença permanente.
As pessoas não são boas nem más, porque nada é assim tão linear, as pessoas cruzam nosso caminho porque existe algum ponto de vibração onde as feridas emocionais se tocam e que é dado a ambas oportunidade de trabalhar isso até trazer a consciência determinados aspectos da personalidade condicionado pelo ego.
Por isso maioria queixa-se que a maior mágoa vem de quem amam muito ou amou, porque são essas pessoas que têm realmente a capacidade de ir despertar aspectos das nossas feridas Emocionais que estão inconscientes, são essas partes de nós que precisamos aceder para despertar dentro de nós próprios Amor.
Enquanto houver projeção de que a nossa felicidade depende do outro, de um trabalho, profissão, de um filho enquanto existir fragmentos dessas projeções, fantasias e ilusões existem expectativas, cobranças, desiquilíbrio, e muitas emoções dissonantes, existe o exercício de experiência das polaridades emocionais amor/ódio, alegria/tristeza e por aí fora, porque existe um registro do campo astral de cada um de nós que atrai as pessoas com base nessas energias inconscientes.
A história felizes para sempre é na Disney e enquanto ficarmos presos nos arquétipos da princesa e do príncipe, da rainha e do rei, e tantos outros iremos cruzar-nos no caminho com as pessoas necessárias a desfazer essas ilusões, fantasias, a dar-nos consciência das nossas feridas Emocionais.
Ao assumir responsabilidades sobre as nossas feridas Emocionais, sobre as nossas emoções, sobre as nossas ilusões e fantasias, daremos um passo na direção de ser auto cuidadores de nós próprios, de assumir a responsabilidade que cabe a mim Amar-me com a bagagem toda forma que sou e manifesto em cada momento, é preciso remover essa responsabilidade de cima dos outros, é preciso aprender a cuidar de nós em Amor.
As vezes fazemos esforços para salvar laços emocionais não percebendo que tudo neste plano é uma passagem, é um Infantário onde estamos a querer avançar para a escola primária, se a relação ultrapassar determinados limites como o respeito, integridade, verdade foi derramado demasiado "veneno" sobre o Individual de cada pessoa da relação, temos aprender o auto-cuidado, auto-estima, auto-respeito e a ter amor próprio sendo até o exemplo para com quem partilhamos a vida.
Não é fácil num relacionamento seja casal, amizade ou profissional reconhecer que está na hora da mudança, está na hora de seguir o caminho de outra forma, porque existe uma parte nossa que assume isso como um fracasso, uma falha, existe uma voz saboradora que irá dar todas as desculpas para não o fazermos porque não estamos habituados a esse nível amor próprio, de auto consciência das nossas reais necessidades, da experiência que acabou de decorrer, mais assumimos o comando das nossas vidas, damos a nossa experiência vida ao comando de auto piloto ou dos outros ficamos dependentes da sua aprovação, aceitação, passamos a vida a justificar nosso comportamento e ações só para sentir que somos amados.
É tempo de muita auto reflexão, de sermos e exercemos a gentileza com nosso Ser, nosso corpo, de observar as nossas reais necessidades, emoções, de cuidar de todas essas partes nossas feridas e não feridas, de amar o todo em Nós.
Chega de desempenhar papéis para obter migalhas Emocionais, de fazer algo como uma criança para receber algo em troca, é o momento observar a nossa Criança como foi ela habituada a receber Amor , aceitação e aprovação na sua infância e de agora adultos que somos acabar com essa manipulação assumir o compromisso de amar a nós próprios e aceitar as experiências vividas e por viver.
Cada um possa aprender a definir seus limites saudáveis, mesmo que aos olhos outros os padrões estabelecidos possam ser elevados, importa é qual é as minhas necessidades ? O que preciso para sentir segura/o na minha vida?
Somos ensinados a fazer escolhas por todos menos por nós mesmos, então é preciso assumir responsabilidades, não importa aquilo que outros dizem ou pensam sobre si, isso será sempre um reflexo da percepção deles sobre si, das emoções deles sobre si que podem mudar hoje você é a melhor pessoa do mundo e daqui uns tempos você poderá bem ser qualificada como a personificação do diabo, porque essa é a forma como o ego da pessoa vai interpretar a experiência consigo, não quer dizer que seja a realidade.
Existem inúmeras matrizes emocionais do eu inferior, onde o rancor, a inveja, o julgamento e a vingança predominam ao nível dos relacionamentos, revelando a inconsciência de cada um, a natureza da personalidade, as suas crenças e feridas emocionais cada um irá ser a manifestação de onde vibra, estes campos estão a ser expostos, não pudemos mais fingir que não existem, agora cada um pode tomar consciência de onde participou neles e seguir em frente deixando para trás o passado, a avançando no momento presente, libertando em nós essas correntes destrutivas e desarmoniosas, só poderemos fazer em nós criar ilusão que pudemos transformar isso no outro é meio caminho para semear mais sofrimento.
Quando uma pessoa é negativa ela está viciada nesses padrões, alimentando-se pensamentos, palavras e ações negativa isso só pode afetar-nos se o permitirmos.
A minha Avó um dia disse-me algo maravilhoso tinha eu 15 anos "quem não reconhece teu valor não merece teu amor e o teu tempo", sabedoria transmitida que cada dia passou a fazer mais sentido e cuja a profundidade vai muito além das palavras expressas.
Acredito que cada pessoa tem uma missão na nossa vida, nada é desperdício porque todas nos transformam umas dão-nos amor, outras despertam a coragem e a força interior, outras destapam as nossas matrizes julgamento, vingança e outras, mas todas sem excepção trazem transformação interior.
Vão existir pessoas que não tem a capacidade de nós amar e aceitar, assim como existem pessoas a quem não teremos essa capacidade.
Nada neste jogo dos relacionamentos nada é desperdício, todos entramos na feridas uns dos outros, no jogo da culpa, da manipulação, do controlo, da vítima, do opressor, são padrões instituídos na psique humana que está viciada na história pessoal e nos jogos sofrimento e dor, são a inconsciência sobre estes padrões, incapacidade de auto observação, incapacidade assumir responsabilidades pela parte do processo onde nos participamos que impede a transformação consciente, impede que possamos evoluir para relações mais equilibradas, onde o perdão possa manifestar-se.
O perdão é uma parte muito importante no nosso processo porque ele acima liberta-nos a nós próprios dessas ligações de dor e sofrimento, manter ressentimento e mágoa alimenta os padrões do eu inferior de vingança, onde ficamos a espera que outros seja castigados pela nossa interpretação do ego daquilo que nos fizeram
Manter ressentimentos e desejar que as pessoas fiquem mal ou mentalmente se flagelando por erros reais ou imaginários significa que você ainda está pensando nelas e se pesando.
É preciso compreendermos como é que enquanto crianças obtínhamos atenção na infância porque esse é o padrão que vamos levar para as nossas relações, por exemplo se na infância obtinha atenção pai/mãe através da doença irá trazer esse padrão paras as suas relações quando elas entrarem em desiquilibrio. Outro exemplo a criança que só através da vitimização ou revolta obtinha atençãos do pai e/ou mãe vai continuar esse padrão nas suas relações adultas, a criança que pelas birras obtinha atenção vai continuar assim em adulto, enquanto não tomarmos consciência da forma como obtínhamos aprovação, aveitação e atenção na infância que correspondiam a sentir-nos amados não conseguiremos sair dos mesmos padrões.
É preciso perdoar para ser livre, é preciso ser livre para Amar.
É preciso sermos muito gentis connosco, é preciso não querer acelarar nosso processo porque isso aumenta nível de frustração interior, além de que estamos a enviar a mensagem ao nosso Ser de que continua a existir alguma coisa de errado connosco, o processo de consciência e despertar tem um tempo próprio e é individual.
Todas as vezes que sentimos que estamos a ir na direção de situação de padrões que se repetem, muitas vezes sentimo-nos impotentes é como se a aprendizagem sobre não tivesse fim , quando achávamos que aquilo já tinha sido transmutado. Na realidade este ano isso tem acontecido muito, é como se o passado tivesse renascido para nos assombrar, mas na realidade não, se observarmos com atenção cada “repetição” trouxe novas informações sobre o padrão, trouxe a possibilidade de aprofundar a consciência sobre o padrão e ir fazendo a aprendizagem, violento seria querermos transmutar o padrão de uma assentada só, a cada repetição possamos relembrar que estamos a ser convidados a observar as formas mais subtis e mais subtis desse padrão e de outro que possa estar agarrado a esse.
Querer apressar o nosso processo individual é mais uma manipulação do nosso ego para evitar auto conhecimento e a auto observação das nossas matrizes do eu inferior, quanto de nós não gostaríamos de estar ao nível de determinado terapeuta, de um Guru ...
Logo aqui ao querermos colocar-nos no lugar do outro estamos a desvalorizar nosso Ser e seu processo, é bom comecemos a ter consciência das mensagens tão subtis que vamos enviando a cada coisa que pensamos e fazemos, é bom possamos mudar e transformar esse padrão e valorizar quem somos, cada um de nós é um ser maravilhoso, único com uma combinação de “lições” para fazer nesta aprendizagem de tomada de consciência.
Temos de aprender a não comparar nosso Ser com outros, porque ainda que os processos possam ter muitos pontos comuns e/ou parecidos as aprendizagens são individuais, eu menciono muito nos meus textos que todo o processo emocional e de vida é um processo individual e intransponível, por isso não se compare porque a comparação leva à desvalorização, à falta de compaixão, a sentir-se inferior ou superior ao outro, falta de amor próprio e falta de auto estima para mencionar alguns pontos importantes.
Eu recordo de na adolescência ser viciada no jogo do Tetris, todos os dias fazia por jogar tetris onde despendia meu tempo e o meu dinheiro, mas quem conhece o jogo sabe que a finalidade é encaixar as peças e passar de nível, assim é o processo da vida, ir encaixando as peças e elevando a nossa consciência, havia dias que o jogo era maravilhoso e trazia uma sensação de prazer e outros de profunda frustração, tal como a vida onde uns dias tudo parece pleno, alegre e nos traz sensação profunda gratidão e amor, outros onde a frustração, a raiva e outras emoções estão presentes.
Assim são as relações com as pessoas com quem nos cruzamos multi nível umas consideramos verdadeiros anjos, pessoas que trazem leveza, bem-estar, alegria, respeito e outras trazem frustração, desafios, raivas e afins ambas as partes são importantes, ambas as pessoas ajudam a lapidar nosso Ser .
Para termos a Mestria do nosso Ser temos aprender a ganhar o domínio dos obstáculos que cada um de nós colocou diante de si mesmo para transmutá-los e liberar o nosso propósito e nosso poder pessoal.
É preciso relembrar-nos que existe dentro de nós a capacidade de transformar e transmutar tudo através da consciência, que esse poder reside dentro de cada um de nós, que devemos ser gentis e compassivos connosco durante cada processo relembrando-nos que existem sempre bênçãos em cada processo.
Sejamos gentileza num mundo de armaduras rijas, sejamos amor onde existe ódio, sejamos compaixão onde existe frieza, que possamos relembrar-nos de não deixar que a dor crie ódio, não deixar que a amargura roube a doçura da vida e das relações, ainda que haja dias difíceis que não deixemos de acreditar na beleza da vida, que ainda que possamos encontrar julgamento, desaprovação possamos relembrar-nos que somos amor e fazer escolhas alinhadas com isso, possamos aprender a criar limites saudáveis e amorosos na nossa vida.
A vida é como o mar uns dias está calmo e azul , outros dias agitado e cinzento.
Abraço com Amor
Ana Tavares

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