Harmonia é um estado natural....
- Ana Tavares
- 21 de fev. de 2018
- 7 min de leitura
A nossa Alma está em harmonia com tudo que existe em todos os planos existência.
Cada um de nós tem uma crença profunda de separação que está dissipada nas mais diversas formas e areas, essa crença enraizada que opera como um matrix, criou uma ruptura na ligação entre a Alma e a sua sabedoria natural, levando-nos a seguir um programa operativo do ego e das diversas personalidades criadas pelas suas matrizes instaladas no seu Eu Inferior.
Infelizmente é esse programa operativo com o qual criamos uma ligação que é tão intensa e credível, que deixamos seguir a voz interior da sabedoria ligada à Alma para seguirmos um ego ferido e cego pelas suas matrizes emocionais feridas.
Seja qual for o caminho que cada um de nós decida fazer é opcional, porque cada um de nós pode decidir a cada momento curar as suas feridas emocionais, pode decidir aceitar essa partes feridas e restaurar-se no amor próprio e consciência de si mesmo, toda a ligação à sabedoria da Alma e à sua natureza será restabelecida o sistema operativo começa a ser desligado do ego.
Sri Prem Baba fala muito nos seus últimos vídeos sobre a Graça Divina, apesar de o sistema operacional do ego nos fazer acreditar baseado nas suas crenças que isso é algo que é apenas dispensado alguns iluminados, isso não é a realidade, sempre que nos propomos mergulhar nas feridas emocionais para voltar a estabelecer a ligação à Alma, ao Amor, quando retornarmos ao estado de presença mostrando as nossas feridas livres de julgamento é que somos tocados por essa Graça Divina, e isso é concedido a todos e sem excepção que estiverem dispostos a fazê-lo.
Mas não nos enganemos ou deixemos que o programa operativo ego leve acreditar que é um processo instantâneo ou pelo contrário que é impossível, a verdade estará algures no equilíbrio, porque na realidade embora acessível a todos, exige auto disciplina e perseverança da nossa parte em estar nesse estado presença, em observar as feridas emocionais.
Somos todos e sem excepção pessoas feridas, vítimas mas de nós mesmos, do sistema operativo que criamos como crença sustentadora de separação, o desligamento que criamos em nos mesmos, criamos nossos próprio matrix, como tal somos desligando-nos das nossas emoções, da capacidade de ter compaixão com outro, (atenção falo de compaixão e não de pena), fomos perdendo a capacidade de empatia, porque à medida que nos afastamos do estado natural de harmonia do nosso Ser onde estão as emoções como amor, alegria, paz, compaixão, humildade, empatia fomos distanciando-nos do outro e perdemos a sensibilidade em sentir, criamos a indiferença no sistema operativo do ego ferido como defesa.
A empatia e a compaixão são as respostas naturais da natureza da Alma, o julgamento e a críticas são o oposto, os primeiros oferecem sustentação amorosa, os segundos são fonte do sistema operativo do ego ferido e da separação criada como crença.
É um escolha em cada momento de cada um de nós ter compaixão e empatia com outro, perceber que feridas emocionais que estão a deixar aquela pessoa tão distanciada da sua natureza amorosa, ou estaremos apenas todos envolvidos nesse matrix da separação onde apenas somos guiados pelo sistema operativo do ego ferido isentos de qualquer sensibilidade.
A tristeza, mágoa, raiva, frustração, angústia, desespero, julgamento, culpa e tantas outras são feridas profundas que habitam dentro de nós, não são as emoções más ou negativas, são emoções que nunca foram aceites, acolhidas e transformadas, mas na realidade elas são estão a ser repetidas vezes sem conta por esse sistema operativo do ego que está viciado no sofrimento, na dor e na separação deixando-nos vulnerável e divididos, são elas porque não serem observadas, sentidas e acolhidas que perpetuam esses padrões de dor e sofrimento.
Criar auto disciplina ou tempo de estar na nossa Presença, no silêncio interior é o caminho de retorno à unidade, quando criamos um espaço de presença onde nos sentamos com as nossas emoções, podemos olhar a tristeza nos olhos, ou qualquer outra das feridas emocionais abrimos o nosso coração, de cada vez que abrimos o nosso coração a ligação é restabelecida, a medida que esta pratica fica num estado natural ela torna-se cada vez mais forte voltando a restabelecer em cada momento a ligação á Alma e ao seu estado natural.
É no estado presença que podemos liderar pelo coração, tudo o resto será o sistema operativo do ego a comandar, por isso é tão importante estarmos atentos, estado de observação plena de como estamos a reagir e sentir em cada comento face ao que estamos a vivenciar.
Por isso é tempo questionarmos que sistema está a operar em mim em cada momento?
Sou conduzida pelo Amor, empatia e compaixão no meu coração ou pelo sistema operativo do ego cheio de feridas emocionais que geram reações e impulsos ? Que geram repetições e repetições de padrões e situações que trazem dor e sofrimento ?
Será que estamos prontos a parar o julgamento, a critica que cria distância e dor para abrir o coração e resolver as coisas forma cooperativa connosco e com quem nos rodeia ?
O julgamento alimenta a separação, a dor e o sofrimento, a empatia e compaixão colocam-nos na vibração do coração, o que volta a unir-nos no coração reavivando a chama do Amor que habita cada um de nós.
Olho a minha volta e já vejo ambas as realidades, tenho pessoas que foram confrontadas nas suas feridas emocionais, o seu ego, que num primeiro momento veio ao de cima todo o sistema operativo do ego como reação ou desejo de reação/impulso, mas deram o passo olhar dentro de si, observar e sentir que dor tinha sido escancarada dentro de si como oportunidade de ser curada, decidiram olhar de frente essas dores fazendo o ego perder a sua força, decidiram cuidar de si, das suas feridas, respeitar o silêncio e o vazio, à medida que olharam as suas feridas com empatia e amor por si, foram aumentando a empatia com o outro e as suas feridas, deixaram decorrer o processo decorrer em silêncio, mas foram fechando um ciclo de separação e dor, abrindo um novo ciclo de cooperação e empatia que agora irá manifestar-se.
Se foi fácil? Não exigiu muito estado presença, silêncio interior, auto cuidado, mas foi com cada movimento na direção do Amor por si mesmas, foi na coragem de encerrar esse matrix, que as estruturas operativas foram perdendo a força, a separação foi desaparecendo dentro e fora, a cooperação foi sendo instalada como nova realidade.
Por outro lado, existem situações onde as pessoas estão tão condicionadas nesse sistema operativo do ego ferido, em dar sustentação à separação, ao julgamento, têm tanto sofrimento dentro de si mesmas que sem darem conta vão espalhando isso à sua volta e nas suas relações.
Neste processo de auto destruição de si mesmo, tentam arrastar consigo mesmo aqueles que dizem amar, o sistema operativo está apenas em modo automático a responder a impulsos e a controlar o ambiente ao seu redor, certificando-se de a matriz separação é real, que continua a ter o poder baseado nas matrizes sofrimento e dor.
Exemplo: Um pessoa que é manipuladora nata como defesa de controlo, usa a manipulação sob todas as formas para criar separação, mesmo que o movimento que apresente seja de querer salvar os outros, de unir os outros, quando usa o movimento em separado na matriz, usa métodos de intriga, manipulação e até mentira como forma de controlo, podendo oscilar entre a polaridade sentir-se superior aos demais e no momento seguinte inferior, esta oscilação vai criando movimentos de controlo como necessidade de manter as suas feridas escondidas dos demais, isso pode até significar expor os outros as suas feridas como forma sentir-se superior, o importante é sentir está a controlar a forma como os outros agem, pensam e interagem entre si, na realidade a oscilação, dor e sofrimento está a ser sustentada por inúmeras máscaras da personalidade, onde operaram muitas matrizes do eu inferior.
Neste processo onde não existe estado presença, mas um total controlo do sistema operativo do ego, as matrizes do Eu inferior são as únicas a operar em cada momento, portanto estamos a repetir padrões que nos levam a mais sofrimento e dor, ninguém está a fazer isso connosco, somos nós que estamos sempre a dar sustentação a isso.
Exemplo: as matrizes da vingança estão muito ativas neste momento, mesmo que possamos afirmar em voz alta dentro de nós que gostamos/amamos de alguém, existe uma parte de nós ferida que gosta de alimentar do sofrimento do outro, que fica feliz quando algo menos bom lhe acontece, está no sistema operativo do ego ferido de cada um de nós, porque ele é proporcional à parte de nós que acha que merece dor e sofrimento, a parte de nós que sustenta a crença que o castigo/ pecado existe, então quando estamos a controlar, julgar, a manipular e a sentir prazer no sofrimento do outro estamos a repetir o sistema operativo karmico, que está sempre a ser ativado, este sistema é apenas que cada ação, pensamento e/ou palavra tem um consequência.
Por isso existem tantos textos, frases de Seres Iluminados ou gurus que afirmam que não podes causar sofrimento ao outro sem causar a ti mesmo, porque o sistema operativo do ego ferido que dá alimento e reproduz a matriz da vingança, tendo prazer no sofrimento do outro é a mesma que dá sustentação à dor e sofrimento no nosso programa.
A partir do momento que essa ligação é cortada, a partir do momento que cada um de nós cria momentos de silêncio no seu dia a dia para que essa ligação ao coração possa voltar a ser restabelecida com estado presença, voltamos à sabedoria interior deixamos de precisar barómetros no exterior baseados no medo, nas matrizes eu inferior e o estado paz interior vai sendo restabelecido e tudo torna muito claro, em cada etapa do processo sobre as nossas emoções, sobre as nossas matrizes emocionais.
Não existe estado de harmonia e alinhamento com tudo que existe até que cada ferida seja olhada com amor e compaixão pelo próprio, porque só quando cada um entrar no seu estado presença, e voltar a restabelecer a ligação, libertar-se da crença da separação e do sistema operativo ego ferido, é que volta ao estado natural de ligação à Alma e ao Amor, mas ninguém o pode fazer por nós, é este um processo individual e intransponível, agora existem inúmeras formas de receber sustentação e apoio ao longo do processo.
Deixo este texto como reflexão uma vez que vamos adentrar o quarto minguante que é um movimento onde nos voltamos para o interior, onde sentimos maior necessidade de recolhimento, para poderem sentir como estas palavra ressoam no vosso coração, deixo alguns vídeos do Sri Prem Baba que abordam o tema de como somos viciados em sofrimento e somos nós quem dá sustentação ao negativo.
Gratidão
Abraço com Amor,
Ana Tavares
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