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Fragilização como Potencial

  • Foto do escritor: Ana Tavares
    Ana Tavares
  • 28 de jun. de 2017
  • 10 min de leitura

Quem viu o artigo anterior do Satsang de Sri Prem Baba e segue os GPS Lunares de Ruth Fairfield sabe que a energia deste ano pede reconhecimento das nossas emoções. Ora, uma lua em caranguejo é a oportunidade de, em profundidade, mergulharmos dentro de nós para descobrirmos as lembranças profundas de onde está feita a nossa ligação à essência, se com a suavidade e sabedoria sustentadora amorosa da vida ou se em esforço, dor e sofrimento, cabe-nos a nós escolher viver na sabedoria sustentadora amorosa da vida nos nossos corações.


Esta energia é a energia da Grande Mãe Cósmica, que está a preparar-nos para a total capacidade de deixar conscientemente emergir as nossas emoções. Ora, tendo nós as emoções suprimidas e reprimidas na criança primitiva/predadora, que oscila entre a vitimização e projecção, a criança suprime em vergonha o que está a sentir dentro de si porque é muito forte. Tem medo de ser julgada, humilhada e rejeitada. Tem medo de sentir a culpa que traz na sua matriz originária de forma a poder libertar-se e renascer em autenticidade.


Este medo do certo ou errado como crença do pecado instituído na humanidade leva-nos à revolta, ao medo, à insegurança, à injustiça, à tristeza e à solidão de não ter espelhos/pessoas para fazer complementaridade criativa dentro de si e fora.


Não observando dentro de si que é a causa e o efeito do que recebe em cada momento da vida, perpetuando a revolta, o medo, as inseguranças, as injustiças que recebe como espelho, ficando dentro de si, em tristeza e solidão, assim andamos na roda da vida Samsara, a alimentar as matrizes do eu inferior com totalidade inconsciência de que somos os verdadeiros responsáveis pelo caos, destruição, doença e desequilíbrio nas nossas vidas.


A mente aqui, face à fluidez, toma uma profundidade emocional onde a mente intuitiva quer tomar o seu lugar dispersando a mente racional, que quer controlar para não sentir. A mente intuitiva quer assumir o comando para mostrar onde as emoções reprimem e suprimem de forma a poderem libertar-se das matrizes de sofrimento e dor.


Podemos escolher perpetuar a dor ou o sofrimento, ou podemos escolher sentir o que surge em cada momento nas nossas experiências como oportunidade de auto-observação e transformação, sem reprimir ou suprimir apenas observando e sentindo.


Sendo esta energia particularmente reactiva no inconsciente colectivo e pessoal, espera-se que a pessoa que está num registo de vitimização aja de forma a mostrar ao outro que este é culpado de tudo o que está a passar, não assumindo o seu poder de responsabilização de que o outro é campo de oportunidade para lhe mostrar a si quais as emoções suprimidas/reprimidas.


Ou entra no polo da reactividade estimulando disputas, competição e discussões desenfreadas onde a verdade de cada um tem de ser provada como real.


Como é que isto pode ser transformado criativamente ?


Observando como entra na vitimização face às experiências e como essa vitimização opera de forma manipulativa da carência emocional da criança órfã que habita dentro de si. Aqui tem aprender assumir que o outro é campo de oportunidade de perceber quais as emoções que estavam a ser reprimidas como forma de manter um falso equilíbrio dentro de si e na sua vida.


Ou no pólo oposto, onde a reactividade está presente como forma de defesa, observe nas acusações onde reside a matriz do julgamento como oportunidade de observação, onde a arrogância da verdade como única não dá espaço ao outro de exprimir-se, não aprende a lição da humildade de poder observar no outro as feridas emocionais que residem em si e de como as transformar.


Ao nível do colectivo esperam-se discussões acérrimas na política e outros campos.


Cuidado com escapismo para o exterior. Afinal, temos no Verão o campo de oportunidade de escapar a tudo isto e ir dançar, brincar e viajar como fuga da responsabilidade do nosso processo individual.


Neste momento, temos a oportunidade de uma energia do útero cósmico para abraçar o renascimento consciente individual de todo equilíbrio que traz às nossas vidas essa responsabilidade amorosa sobre as nossas emoções, pensamentos e ações.


Usando a criatividade consciente e sustentadora de nutrir em cada momento o nosso ser seja pela alimentação consciente, ou por estar rodeados pessoas que nos amam, no prazer de viver e ser, sabendo o nosso valor próprio.


Assim, temos neste momento como campo de oportunidade mais do que alimentação da Mãe Terra, temos uma energia sustentadora com uma conexão profunda com o campo de oportunidade de ser satisfeitos ao nível da Alma.


Até ao Eclipse estamos a ser convidados a conscientemente tomar a consciência do emocional, fortalecendo o corpo emocional e construindo uma nova forma de estar no mundo em total leveza de ter uma vida prazerosa, amorosa e iluminada.


Infelizmente, esta energia surge como revolucionária, reactiva e muito primária. Será um despertar profundo mas reativo, em que teremos momentos de profunda fragilização que nos podem assustar e fazer-nos sentir encurralados sem solução ou opção para que estamos a viver.


Outros momentos de profunda alegria, amor e paz, e a oscilação entre ambos os pólos dá-se uma e outra vez até que o equilíbrio possa apresentar-se como manifestação real.


Cuidado para não se esconder atrás da sua casca, da sua máscara rígida que, para não sentir o medo da fragilidade, vai buscar todas emoções primárias. Deixe fluir dentro e fora de si reconhecendo a experiência.


Criativamente não suprima as emoções, não controle. Em vez disso, entre nessas ondas emocionais e lembre-se que o medo e a culpa são mecanismo de controle interior e da sociedade. Então deixe-os passar no seu coração sem medo porque, aí sim, vai dar a um campo de leveza, ao amor real e ao equilíbrio a manifestar-se em si e na sua vida...como é maravilhoso!


Faça seu trabalho de nutrir essa semente de luz que habita dentro de si. Deixe que essas ondas de energia emocional venham à superfície durante este período até ao eclipse e flutuem através dessa parte da mente que não quer controlar mas que abre o campo de oportunidade de mexer com sentimentos profundos e abrir-se à experiência de senti-los.


Claro que todos queremos sentir que pertencemos, fazemos parte e sentirmo-nos seguros. Mas como poderemos fazê-lo sem resgatar o amor próprio? O respeito por si mesmo? Sem nutrir em total consciência em cada momento o nosso ser e as suas necessidades em cada experiência?


Não podemos viver capturados pelas carências e co dependências emocionais como revolta do que vai surgir em cada momento. Vamos parecer descontrolados, vamos sentir necessidade de dizer tudo o que não foi dito, de encontrar os culpados fora quando eles estão dentro. Para outros até discutir vai ser difícil porque dói muito, dói muito sentir tudo que foi reprimido.


Que campo de oportunidade maravilhoso este de reconhecer onde estamos a fazer demais para preencher uma lacuna ou carência interior, de perceber que fome emocional é esta que habita dentro de nós, que nos faz perseguir fora de nós a ânsia de possuir algo, de preencher esse vazio que nunca poderá ser nutrido senão pelo amor próprio.


As águas agitam-se no exterior pelo planeta todo, assim como em nossos corpos emocionais totalmente expostos às suas feridas como oportunidade de cura de nutrirmos na sua raíz mais profunda a ferida e as suas matrizes, transformando-nos e criativamente criando novas formas nesta nossa família universal.


Observe onde está o vazio? A maioria de nós não se sente em casa ou que pertence porque não ocupa o seu corpo humano. Então o vazio e a angústia crescem tornando-nos emocionalmente inseguros e emocionalmente vulneráveis a outras crianças (adultos), com feridas emocionais tão profundas como as nossas, e alimentamos e perpetuamos assim as matrizes de dor e sofrimento em toda a humanidade.


Profundos sentimentos de abandono dessa criança interior órfã vão surgir, assim como todas as áreas da sua vida que não foram alimentadas como você desejava na sua verdade distorcida e carente, originando ou as máscaras como reação ou o campo de oportunidade de observar como manifestam e, agora sim, como adultos que somos, em assumir a responsabilidade de proteger e apoiar essa criança interior carente que existe em todos nós.


Todos nascemos numa família biológica com uma determinada programação familiar, como forma de começar a moldar essas feridas emocionais e as expor. A família nada mais foi do que o campo de oportunidade de cura e transformação através do qual somos ligados às matrizes do eu inferior. Ao agarrarmos essa oportunidade de transformação e cura, a família biológica traz a oportunidade de ligar-nos à família universal de forma saudável.


Na realidade, na estrutura da sociedade que temos, tanto a estrutura família biológica como a Universal estão em disfunção. No final, apenas e só pelas feridas emocionais que cada um carrega dentro de si é que aprendemos a relacionar-nos como a única forma de curar e transformar. Agora é cada um assumir essa responsabilidade de tornar-se consciente das suas feridas emocionais, das suas carências e de como alimenta as matrizes de dor e sofrimento em si e na sua vida.


A casa onde habita nutre o seu ser ?


As pessoas com que vive já são um reflexo amoroso de quem você é?


Ou são um reflexo da destruição das feridas emocionais que estão dentro de si ?


Como pode transformar seu “ninho” de forma criativa com leveza e sem destruição ?


Como é possível que o espaço que habita seja um reflexo sobre si mesmo; um lugar de amor, acolhimento e transformação amorosa ?


Respire, ligue-se a todos os campos de oportunidade que estão a surgir, pessoas, situações, eventos - o que surgir em cada momento. Use até a sua imaginação para entrar nessa onda de emoções e redefinir e reconstruir tudo em amor por si.


Sinta-se a ser totalmente sustentado em cada passo, porque de cada vez que mergulhamos fundo nas nossas feridas emocionais em transformação e amor por quem somos, a energia de amor e luz está a desfragmentar tudo e a transformar criativamente quem somos e a nossa vida. Aquilo que até à data parecia duro e um esforço resolve-se em profundas sincronias, leveza e amor.


Aqui a oportunidade é de, pela nossa fragilização e compreensão de sentirmos as emoções, podermos em autenticidade sentir o outro como a nós mesmos, e como as suas feridas emocionais condicionam o seu ser e como as feridas emocionais condicionam o outro. Aqui não há desculpas para não agirmos ou reprimirmos, mas temos como forma criativa em humildade devolvermos ao outro a sua responsabilidade no seu processo individual dando-lhe o não sentir, sem culpas de parte a parte.


Uns poderão sentir-se assoberbados com tanta emoção a vir à tona, com tantos espelhos de si mesmos a mostrar-lhes essas emoções reprimidas dentro de si. Outros estarão na desvalorização como forma de não sentir e a controlar, continuando a tirar o poder a si mesmos.


Existe aqui um campo de oportunidade de, pelas ondas emocionais que estão a surgir em cada momento, percebermos de uma forma mais clara como opera nosso sistema emocional individual, seja através de nós próprios em auto-observação, seja através das pessoas mais próximas na nossa vida ou por outras vias como a saúde, dinheiro ou profissão, entre outras.


Como disse uma cliente este fim de semana no curso “ Eu sou Livre!”. Claro que sim. A partir do momento que as emoções são livres de fluir seu curso natural em cada momento, de se moverem como lhe estava reservado, o coração expande-se em leveza e a sensação de liberdade instala-se.


Ou então ficamos nas emoções inflamadas que não estão a ser atendidas pelo exterior e nunca o serão, porque cabe a cada um de nós a responsabilidade de se nutrir a si mesmo. A insistência em querer criar no exterior a sustentação nutridora vai gerar mais caos e desequilíbrio, seja na área emocional, relacional, saúde, profissional, familiar, financeira ou qualquer outra.


Estamos - nas aulas práticas que tenho vindo a mencionar nos artigos -, desde principio do ano, a ser treinados na prática de sair das frequências de dor e sofrimento e a transformá-las em frequências criativas, eliminando o auto-julgamento, as crenças negativas. Estamos a ser convidados a questionar as nossas verdades. Afinal, se elas resultassem estaríamos em equilíbrio e não estamos; a terra é reflexo disso.


Ao dar oportunidade para mudarmos as perspectivas, vamos aprendendo a viver em cada momento as mudanças e a liberdade de, em autenticidade, sermos quem somos, irradiando nosso brilho pessoal sem medo.


Que possamos aprender a domar o nosso ego que nos faz perpetuar a dor e o sofrimento. Que possamos libertar a necessidade de controlar as emoções e tudo. Que possamos alinhar-nos com o verdadeiro caminho de crescimento individual e coletivo.


Estamos, à medida que o ano avança, a entrar na oportunidade viver em abundância e afinidade com as Leis Universais, a Alma e as sincronias da vida em leveza, ou viver o caos e a destruição como escolhas.


Este é campo de oportunidade de remover e despir o ego de todas as crenças que o condicionam, dos preconceitos e julgamentos que trazia das experiências anteriores como verdade, para viver uma nova verdade alinhada com a Alma e em autenticidade e não em dor e sofrimento.


A mensagem é que cada um de nós tem que assumir que tem dentro de si uma tendência negativa seja pelas feridas emocionais que tem, seja pela apreensão de está capturado neste plano, seja por qualquer outra coisa. Enquanto não se der a si a oportunidade de libertar essas emoções presas e contidas dentro de si ,serão precisas pessoas e eventos exteriores que, pelo o confronto e impacto, geram dor e sofrimento.


Estas pessoas e eventos irão surgir até que as portas abram a quê? A que as emoções possam sair. E aqui, pela reação do está ocorrer, iremos testemunhar de forma exaustiva as intenções negativas. As emoções negativas aprisionadas funcionam como uma inteligência própria condicionando-nos em todas áreas da vida.


Observem onde não reagem por defesa e onde reagem como defesa. Observem como são controlados e controlam pelo emocional. Acima de tudo, sintam as emoções que estão a ser impulsionadas a emergir em cada momento.


Mas não as classifiquem como boas ou más. Dêem-lhes apenas o espaço para se manifestarem, observem e deixem fluir. Nessa fluidez e não resistência vão adquirindo uma leveza pura de autenticidade que aguarda dentro de vós. Mas neste momento é isso mesmo, a fragilização de quem sou, e é mergulhar nessa fragilização como oportunidade para o renascimento. É a possibilidade de viver uma nova liberdade alinhada com a Alma.


Têm sido meses intensos, eu sei, mas é esse o objetivo deste campo de oportunidade, o de fragilizar o ego à força para abrir a porta do eu autêntico que habita o ser, saindo dos registos da opressão e vitimização, assumindo o poder pessoal em amor por si criando em equilíbrio formas criativas e sustentadoras do seu ser.


Ao grupo deste fim de semana de curso que viveu em cada momento esta consciência da sua programação interior e a transformou criativamente a minha gratidão, porque realmente é sairmos do campo onde a escrita dá lugar à acção consciente de que, sim, é possível, de que, sim, são transformações profundas sentidas em amor e leveza em cada momento por cada um na transformação individual e coletiva.


Com Amor,

Ana Tavares

 
 
 

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